quinta-feira, 7 de maio de 2009

De menino a educador

Por: Sabrina Passos

Francisco Narcélio Ferreira da Silva, 27 anos, participa da Ong Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua do Ceará (MNMMRCE) há 17 anos. O Jovem entrou no Movimento através de um projeto chamado ESPAÇO DE PROMOÇÃO A JUVENTUDE, que trabalhava com crianças de rua que usavam drogas e era coordenado por Herivelton (mais conhecido como Del). Apesar dele não ser usuário se fixou ao projeto e acabou sendo direcionado ao MNMMRCE e hoje é educador. Narcélio nasceu em Fortaleza e mora no Bairro Lagamar desde 1982.

Ao ingressar no seu primeiro emprego, com 17 anos, Narcelio se afastou do Movimento por falta de tempo. O tempo passou e seis anos depois o jovem reencontrou Del e pediu para participar de um curso de educador da Ong. Del logo lhe deu o desafio e oportunidade de ser um educador sem fazer curso. Para ele isso foi uma experiência única, pois não passou pela teoria e foi logo para prática. Hoje ele cuida de um grupo que faz parte do MNMMRCE. O núcleo se chama NÚCLEO DA QUADRINHA, no qual 40 jovens e adolescentes entre 10 e 18 anos participam.

Narcélio diz que seu engajamento no Movimento foi o que o livrou do mundo das drogas. Antes de se fixar na Ong ele se considerava rebelde e complicado. Ao longo de sua convivência no movimento passou por varias transformações pessoais uma delas foi ter desenvolvido o sentimento de ajudar as pessoas da sua comunidade e de tentar salvar a juventude. Hoje é um jovem mais aberto e aprendeu a escutar o que as pessoas têm a dizer. O jovem educador tem muitas opiniões e idéias revolucionárias a respeito da juventude atual. Para ele o futuro do Brasil está na juventude. “Se não cuidarmos dela, com trabalhos de informação e de investimentos na educação, o Brasil não vai mudar”, disse.

O jovem educador tem o objetivo de criar um projeto que iria se chamar Educar-Jovem. A idéia é trabalhar com grêmios dos colégios ou da própria comunidade, com objetivo de formar novas lideranças. Para ele a juventude está fragilizada e a saída é investir na educação e informação. Narcélio não tem religião, mas respeita quem tem. Tem o sonho de ajudar sua família e tirar alguns deles do mundo da violência. Também pretende se formar em Direito ou Serviço Social. Não planeja o futuro e prefere viver o presente deixando as coisas acontecerem gradativamente. Tem como maior ídolo Renato Russo, pois para ele o cantor é um revolucionário. Também admira muito Che Guevara. Narcélio se considera um pensador, pois gosta de pensar e de ver de várias formas como as coisas poderiam ser. Nas horas vagas ele gosta de ler. Gosta também de escutar músicas de rock e regaee, hip-hop.

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